Dizia Magalhães Pinto que ninguém faz nada de concreto no Brasil entre o Natal e o Carnaval. Nem sua conterrânea Dilma Rousseff seria capaz de subverter essa regra.
Por isso, aliados da presidente dizem acreditar que ela não conseguirá cumprir o calendário da reforma ministerial, inicialmente previsto para o começo de janeiro e depois relaxada para 15 daquele mês.Segundo essas versões, o prazo mais correto para se cogitar na reforma será março, passado o Carnaval.
Diversos fatores estão obstruindo o caminho de Dilma. Teremos inicialmente a ausência de um orçamento para 2014, o que obrigará o governo a atuar – pelo menos março – com uma fração mínima de um doze avos do total.
De dezembro a março o caixa do governo estará zerado, e os ministros serão meros figurantes de um coro de pedintes.
Está claro que diante dessa circunstância será reduzida a atratividade dos ministérios diante dos candidatos a ministros.
Depois disso, some-se a alta indefinição do quadro eleitoral nos estados o que leva alguns dos atuais ministros a tentar adiar com a presidente a decisão de deixar os seus cargos.
Os confrontos a céu aberto nos estados entre o PT e o PMDB – como no Rio e no Maranhão – levarão para dentro do governo Dilma esse clima de divisão que conduz ao imobilismo.
Existe ainda o temor da presidente de que poucos notáveis quererão atender ao seu convite para serem ministros como é o caso do empresário mineiro Josué Gomes da Silva (foto), cotado para o Desenvolvimento Econômico: disse em entrevista que, convidado, não aceitaria.
Nesse cenário, Dilma teria que formar um ministério sem brilho, com secretários-executivos, técnicos opacos ou políticos de segunda linha.
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